Agora, sim…

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) tomou nesta terça-feira, uma decisão que já deveria ter sido tomada há muito mais tempo: a de valorizar mais as vitórias em cada corrida. A partir deste ano, quem tiver o maior número de vitórias – independente da pontuação – será o campeão mundial de Fórmula 1. Assim, pode-se vislumbrar um campeonato muito mais disputado. Afinal, agora sim, a vitória é o que interessa.

Desde que o descarte de pontos – mecanismo que vigorou até 1988 – deixou de ser utilizado, as vitórias foram se tornando cada vez menos importantes. O golpe fatal se deu quando introduziram nesta década uma diferença menor de pontos entre o carro vencedor e o segundo colocado, que levavam 10 e 8 pontos, respectivamente. Ora, se a vitória só vale apenas mais dois míseros pontos, para quê brigar tanto por ela? Basta o segundo lugar. Assim, Robert Kubica, que só venceu uma corrida no ano passado, pôde lutar pelo título e Felipe Massa perdeu o título para Lewis Hamilton, mesmo conseguindo um número maior de vitórias: 6 contra 5.

Naquela temporada de 88, estavam em jogo a pontuação de 16 provas, mas apenas os 11 melhores resultados eram válidos. Os cinco piores eram descartados. Assim Ayrton Senna foi campeão em cima de Alain Prost, mesmo tendo feito menos pontos, mas conseguindo um número maior de vitórias: foram 8 de Senna contra 7 de Prost. E Senna e Prost só queriam saber de que? Da vitória, pois sabiam que naquela época, era o que realmente interessava.

Agora sim, poderemos ver pilotos querendo brigar mais por vitórias, afinal são elas que decidirão, no fim do ano, quem ficará com o título mundial. Com certeza, um campeonato só terminará, realmente, na última prova. Um campeonato agora só terminará de forma antecipada caso um piloto consiga um número muito maior de vitórias do que os restantes. Coisa que só alguém do calibre de um Michael Schumacher pode conseguir. E como ele não está mais correndo, qualquer um pode ter chance.

Parabéns, FIA.

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