Uma lembrança de Peterson



Neste fim de semana do Grande Prêmio da Itália completaram-se 30 anos da morte de um dos mais talentosos pilotos que a Fórmula 1 já viu: o sueco Ronnie Peterson, vítima de um acidente na largada do GP italiano de 78, também disputado em Monza. O piloto marcou sua presença na categoria máxima do automobilismo mundial correndo pela Lotus (foto acima), mas passou também por March e Tyrrell.

Peterson ficou famoso no Brasil no GP brasileiro de 73, quando passava pelas antigas curvas 1 e 2 do traçado original de Interlagos - que não existe mais - de lado, característica marcante de sua tocada.

O sueco foi grande amigo de Emerson Fittipaldi, de quem foi companheiro de equipe em 1972 e 74, quando Emerson ganhou seu primeiro título mundial. Porém, problemas com Colin Chapman, dono da Lotus, o brasileiro e o sueco fez com que Fittipaldi deixasse o time inglês para ingressar na McLaren a partir de 74.

Tudo caminhava para Peterson ser o primeiro piloto e ser campeão, exato? Errado. Em 1978, a Lotus construiu os lendários Lotus 79, os primeiros carros da F1 a utilizarem o efeito-solo, obtido a partir das chamadas "minissaias". Entretanto, Peterson foi preterido pelo norte-americano Mario Andretti, que chegou e se tornou o primeiro piloto.

Até que chegou o dia do GP da Itália, em Monza. Naquela época, o procedimento de largada era todo feito com bandeiras. Os sinais ainda não haviam sido adotados. Naquele GP, Andretti fez a pole e Gilles Villeneuve, da Ferrari, largaria em segundo. Peterson largou no meio do grid.

Após o fim da volta de aquecimento, o diretor de prova dá a largada com a bandeira verde sem que todos os pilotos estivessem preparados para. Sendo assim, aqueles carros que vinham de trás nem chegaram a alinhar direito e quando viram a bandeira verde sendo agitada pisaram fundo para ultrapassar os carros das priemiras filas que chegaram a parar para a largada.



Foi então que se deu a tragédia. Com problemas no motor, Peterson ficou lento e foi atingido em cheio por Riccardo Patrese. O carro do sueco atravessa a pista e bate violentamente no guard-rail, para em seguida pegar fogo e parar no meio da pista. Outros carros acabaram se envolvendo na confusão (foto acima) como James Hunt, com seu McLaren. Patrese chegou a ser responsabilizado pelo acidente e até proibido de correr na prova seguinte, vetado pela Grand Prix Drivers Association (GPDA), que tinha Emerson como seu presidente. Tempos depois ficou provado que o italiano não teve nenhuma culpa no episódio.

Peterson foi levado ao hospital com vida, mas no dia seguinte não resistiu aos ferimentos e faleceu. Mesmo assim, ficou com o vice-campeonato mundial de 78. Andretti foi o campeão naquele ano.

Mais tarde, a FIA proibiu as minissaias. Outras tecnologias surgiram, mas pilotos como Peterson, não surgem todo dia. O automobilismo sente falta deste talento.

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