Um campeão ofuscado


Quando a temporada deste ano se iniciou, Fernando Alonso era tido como favorito disparado para a conquista do Mundial de Pilotos deste ano. Claro, seu companheiro era o estreante Lewis Hamilton, que foi campeão da GP2, em 2006. A McLaren, nos testes do inverno europeu construiu um bom carro para tirar a barriga da miséria, após campanhas somente regulares em 2005 e 2006.

Porém, após sete etapas do mundial, deu-se o que muita gente não pensava. Ou pior: que ninguém esperava. O BICAMPEÃO (escrito assim mesmo, em letras garrafais, para mostrar que Alonso não é qualquer um) está sendo ofuscado pelo brilho de um jovem atrevido. Parece que já vimos este filme antes? Pode ser.
Em 1988, Ayrton Senna era um piloto com bem menos experiência, mas peitou o então bicampeão do mundo Alain Prost e deu início a um dos maiores duelos da história da categoria. A garra de Senna obrigou Prost a arriscar mais, atacar mais as zebras, fritar mais pneus, enfim: ir ao limite.

A conseqüência desta disputa foi a supremacia da McLaren naquele ano: 15 vitórias em 16 etapas. Somente em uma a McLaren não venceu: o GP da Itália, cuja vitória foi parar nas mãos de Gerhard Berger, com a Ferrari.

O desempenho de Hamilton poderá provocar um efeito semelhante em Alonso ao de Senna em Prost em 88: o espanhol terá de lutar mais e ir ao limite para mostrar que não chegou a dois títulos mundiais por acaso. Diga-se de passagem que ele venceu a segunda em cima do heptacampeão do mundo, Michael Schumacher, da Ferrari.

As cartas estão na mesa. Resta saber se Alonso partirá com tudo. Se partir, competir para valer será bom. Tanto para ele, como para o esporte.

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