Porque as 500 Milhas resistem

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Acreditem: a corrida mais tradicional que existe no mundo não é o Grande Prêmio de Mônaco da Fórmula 1. A mais tradicional vem do outro lado do oceano, na América do Norte, mais precisamente do Estado de Indiana, nos Estados Unidos. Estou falando das 500 Milhas de Indianápolis, cujo autódromo celebrou neste ano o centenário da primeira corrida. Isso mesmo! Já haviam corridas por lá quando os carros ainda eram aqueles calhambeques e – pasmem – as 500 Milhas duravam horas naquela época. Parecia uma idéia de louco, colocar um punhado de carros bem antigos para disputar corridas. E não só corridas. Campeonatos também, pois o certame da Fórmula Indy tem pelo menos o dobro de anos de existência do campeonato anual da F1.

O sucesso da corrida do domingo passado mostrou que o oval de aproximadamente 4 milhas está mais vivo do que nunca. A presença maciça do público e a revolta do brasileiro Mário Moraes de ter ficado de fora da corrida é uma prova cabal que mostra o quanto ela é importante. E ainda tem outro fator: a corrida acontece sempre na véspera do feriado norte-americano do Memorial Day, quando são lembrados os mortos dos EUA Segunda Guerra Mundial. Então 500 Milhas se tornou sinônimo de feriado nos EUA.

Além disso, a corrida tem um mês inteiros de treinos para que os pilotos possam adaptar-se e conseguir o melhor acerto de seus carros para as 200 voltas da corrida. No início de maio o campeonato para por completo para os treinos de Indianápolis.

Claro, há também o lado ruim da história do – agora – centenário autódromo. Acidentes tenebrosos tiraram a vida de muitos pilotos, como de Gordon Smiley, que perdeu o controle de seu carro nos treinos para a edição das 500 Milhas de 1982. O piloto perdeu o controle na curva 4, o carro desintegrou-se com a força da pancada no muro de concreto e Smiley perdeu a vida ali mesmo, na pista. Houve também o terrível acidente com Nelson Piquet para os treinos de 1992. O brasileiro, coincidentemente, também perdeu o controle do carro na mesma curva 4 e espatifou o bólido de frente. Por pouco, Piquet não fico paraplégico.

Mas o que deve prevalecer são os lados bons. E para o Brasil, eles são muitos. Quem começou com essa história de sucesso foi Emerson Fittipaldi, em 1989. O Rato venceu também a edição de 1993. Gil de Ferran também venceu uma vez e Hélio Castroneves conquistou, este ano, sua terceira vitória. Agora são seis vitórias de brasileiros na corrida.

E no próximo ano, as 500 Milhas estarão de volta para mais emoção. E também no outro ano. E no outro. E também no outro…e  quem sabe por mais 100 anos.

Foto: reprodução/site oficial Indianapolis Motor Speedway

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