O teto da discórdia

Alguém aí acredita que o teto orçamentário, que a FIA pretende adotar para o próximo ano na Fórmula 1, será posto em prática em sua totalidade? Não. Simplesmente porque a F1 não pode se dar ao luxo de perder uma equipe do peso de uma Ferrari. E nem a Ferrari pode se dar ao luxo de ficar de fora de um campeonato como o da F1. Ambos precisam uma da outra e uma saída será encontrada para agradar a todos. Mesmo que isso custe abrir mão de certas coisas.

Honestamente, ainda não sei qual será o final desta história, mas não creio, de jeito algum, que a equipe de Maranello vá deixar a categoria. Dos times que disputam a F1, a Ferrari é a mais antiga e é a única que vem correndo desde os primórdios, quando ainda não existia um campeonato formal e as corridas eram disputadas isoladamente – a época dos Grand Prix.

Já a F1 tem em sua história, a Ferrari, uma equipe várias vezes vencedora, que teve em seu cockpit alguns dos nomes mais históricos, desde Tazio Nuvolari, passando por Alberto Ascari e Gilles Villeneuve, até Michael Schumacher. Foram dezenas de vitórias e vários títulos. Além disso, há o charme do símbolo do cavalo empinado, que faz parte da história da F1.

Além do mais, é necessário que se imponha um teto. Dinheiro demais tem sido gasto nesse esporte e ter uma equipe hoje virou coisa para pouquíssimos aventureiros. Nem mesmo as montadoras estão dispostas a comprometer parte de suas receitas na manutenção de uma equipe. Só para construir um chassis, um time gasta aproximadamente US$ 1 milhão. Ou até US$ 5 milhões, dependendo do carro. Fora isso, ainda ainda tem motor, pneus, peças mecânicas, freios, etc. Além, é claro, do custo de pessoal. Não é pouco dinheiro. Foi-se o tempo em que alugava-se um carro e corria.

É chegado o tempo em que é preciso ter gastos em parcimônia. A crise mostra isso e a tendência do futuro é esta: tornar os gastos cada vez mais eficientes. A F1 precisa se adaptar a este novo tempo. E a Ferrari também.

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