Carro novo da Virgin agrada Lucas di Grassi

O piloto brasileiro Lucas di Grassi ficou bem satisfeito com o modelo VR-01, da equipe Virgin Racing, que foi apresentado hoje. Criação do diretor técnico Nick Wirth, o carro foi desenvolvido completamente por meio de tecnologia virtual, a CFD - sigla em inglês para Dinâmica de Fluido Computacional, um avançado programa que simula as condições que normalmente são testadas em túnel de vento. O brasileiro faz sua estréia na Fórmula 1 neste ano. 

"O design é bem parecido com o das equipes que já estão treinando. Há algumas áreas nas quais deveremos evoluir, mas o projeto todo foi muito bem conduzido. O carro foi feito no CFD, e tem um layout bem agressivo. Em termos visuais, ficou muito bonito", elogiou Lucas. "Sem dúvida, o conceito geral do carro é positivo. Para uma equipe que construiu um carro destes partindo do zero, é de certa forma incrível chegarmos com o projeto neste estágio", disse.

"Quando você vê o que as equipes mais estabelecidas conseguiram usando o túnel de vento, não é de surpreender que haja algum ceticismo em relação ao nosso trabalho exclusivo com o CFD. Mas estamos competindo em um esporte que está passando por significativas mudanças para encarar a atual realidade econômica. A necessidade é a mãe da invenção e tenho absoluta crença no que o processo de design digital possa demonstrar que este é o futuro da Fórmula 1", declarou Nick Wirth, projetista do VR-01 e já conhecido por desenvolver os carros vencedores da Acura na ALMS (American Le Mans Series) usando dos mesmos recursos.

Custos mais baixos e a inauguração do que deverá ser uma nova era na categoria. A do uso da tecnologia para diminuir custos operacionais. Para Di Grassi, há outras vantagens. "É possível desenvolver o carro com mais rapidez e com menos gastos envolvidos. Podemos, por exemplo, testar um novo tipo de asa sem ter que construí-la, colocar no carro ou em um modelo em escala, e experimentá-la na pista ou no túnel de vento. Os dados do computador já mostram qual será a vantagem adquirida com a evolução, e inclusive, a testávamos no próprio simulador da equipe, que é um dos melhores da F1", destacou Lucas, patrocinado por Clear, Eurobike, Locaweb e Schioppa. "O túnel de vento até oferece uma fidelidade maior, mas para construir e calibrar um túnel de vento leva muito tempo e muitos recursos. E nem sempre o resultado é tão bom", comentou.

Com a experiência de três anos como piloto de testes da Renault, Lucas acompanhou o projeto da Virgin praticamente desde o início. "Participei passo a passo e, como piloto, tanto eu como o Timo (Glock) pudemos apontar algumas coisas que gostaríamos individualmente no carro. Dei minhas opiniões sobre o volante, por exemplo, do posicionamento de certos comandos, de onde prefiro que estejam, bem como os pedais. Foi um processo muito interessante, ver como um carro de Fórmula 1 é construído a partir do zero".

A temporada 2010 da Fórmula 1 começa no dia 14 de março, no Bahrein.

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