Processo de fritura


A Ferrari é uma das mais tradicionais equipes da Fórmula 1. Fundada em 1928, pelo “Comendador” Enzo Ferrari, a equipe do cavalinho vermelho criou grandes campeões e foi responsável por alguns dos grandes momentos na F1. Mas também foi responsável por processos de frituras de alguns pilotos. Um nome que acabou sendo fritado após resultados ruins: o do tetracampeão Alain Prost. Na temporada de 1991, após dez etapas sem conseguir um vitória sequer acabou entrando em atrito com a direção da equipe e foi substituído antes mesmo do fim daquele ano. Também em 91, a equipe fritou o então chefe de equipe, Cesare Fiorio, por resultados ruins, substituindo-o por Piero Ferrari – herdeiro de Enzo.

Claro que os resultados não melhoraram em nada. Aliás, após aquela péssima temporada a Ferrari amargou um período de ostracismo sem vencer corrida nenhuma, jejum que só foi quebrado no GP da Alemanha de 1994, quando Gerhard Berger ganhou a corrida. Um processo de fritura semelhante vem sendo feito atualmente com o brasileiro Felipe Massa. Após quase ser campeão em 2008, tinha o papel de ajudar a liderar a equipe na temporada de 2009. Foi justo nesse ano que tomou uma mola na cabeça e ficou fora por diversas provas, só retornando em 2010. E o que é pior: retornou tendo como companheiro de equipe o bicampeão do mundo Fernando Alonso, piloto que não pensa duas vezes quando a questão é brigar para ter a equipe trabalhando para ele.

Era hora de Felipe mostrar quem é que deveria cantar de galo. Ele não mostrou, Alonso começou a ganhar corridas e o brasileiro começou a ficar relegado para o papel de segundo piloto. Neste ano de 2012, além de começar o ano já bastante pressionado, tem de engolar uma vitória improvável de seu companheiro e ver um de seus adversários por uma vaga no time italiano – o mexicano Sergio Perez, hoje na Sauber – fazer uma corrida extraordinária e colocar ainda mais peso sobre o já combalido Massa. E já tem até gente de fora dando palpite. Martin Withmarsh, chefe de equipe da McLaren disse que agora o “Sr. Massa” precisa abrir o olho.

O fato é que desde o acidente ocorrido no treino do GP da Hungria de 2009, nunca mais o brasileiro foi o mesmo. De piloto rápido, consistente e competitivo, passou a ser apenas mais um piloto, apático, sem poder de reação. Junte tudo isso aos combustíveis do resultado do GP da Malásia para ver que o cenário é muito pouco favorável ao brasileiro.

E nisso, a Fórmula 1 é cruel. Ela não perdoa os pilotos que estão em baixa. Poder ser o maior campeão que, se estiver mal, acabará sendo substituído ou indo parar em uma equipe menor. Aconteceu com Jacques Villeneuve quando a BMW decidiu substituí-lo pelo então jovem e rápido Robert Kubica.

Massa precisa reagir. E logo. Senão corre o sério risco de ver o fim da temporada pela TV ou em um time menor.

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