Nelsinho, a vítima

Não se fala em outra coisa na Fórmula 1, como bem disse o narrador dos treinos livres do GP da Itália, em Monza, que são transmitidos no momento em que escrevo estas linhas. O escândalo da armação do acidente com Nelsinho Piquet, no GP de Cingapura do ano passado, é o assunto da semana. E o brasileiro, pivô desta confusão enorme, é uma vítima. Sim, é uma vítima. Isso porque ele simplesmente fez o que lhe mandaram fazer, como piloto contratado da Renault.

Tudo bem, ele poderia ter se recusado a tomar parte de tal plano, execrável e detestável, que destrói e mina a imagem do esporte. Mas lembramos que ele era um piloto com um contrato incerto, sem saber se continuaria na equipe, e ainda por cima novato. E sendo constantemente criticado pelo chefe. Compreensível que ele tenha participado desta coisa.

Quem inventou isso é que deve ser escorraçado da Fórmula 1. Leia-se Flávio Briatore e diretores da Renault que aprovaram essa esculhambação. Nelsão Piquet fez certo ao mandar o filho ir à FIA e admitir o esquema. Porém, lembramos também que Nelsão só fez isso porque ficou irado com a demissão do Júnior da Renault neste ano. Será que faria o mesmo, caso o filho continuasse? Esta é a dúvida.

O importante daqui para a frente é saber o que a FIA fará com a Renault: se vai expulsá-la, impor uma multa pesada, excluí-la do campeonato, ou de alguma prova. Ou se passará a mão na cabeça da equipe, como vem fazendo há tempos (prova disso é o que foi feito com a McLaren na época da espionagem contra a Ferrari, há dois anos).

É triste falar de política no esporte, ainda mais envolvendo bandalheira, sacanagem e outros vermes. Será que os caras lá envolvidos não se interessam somente em disputar corridas, ver quem é melhor? Tem que ser à base de subtefúrgios? Não era necessário nada disso.

Comentários

Postagens mais visitadas