O retorno dos slicks

Foto: Felipe Massa teste o Ferrari de 2008 adaptado para as regras de 2009, com os pneus slicks. É um prazer revê-los, slicks!

Em 2009, a Fórmula 1, vai voltar a ser ela mesma, pelo menos em parte. Cá para nós: aqueles pneus raiados que a categoria utilizou de 1998 até este ano, não tinham nem um pouco cara de F1, eram bastante escrotos. Um carro do certame, no imaginário do público que sempre acompanhou a F1, desde as época áureas do Brasil, tinha de ter pneu slick. Costuma-se chamar, popularmente, de pneu "careca", já que não tem sulcos.

Na prática, o que isso significa? Significa que os pilotos terão que lutar por mais aderência do carro à pista. Simplificando um pouco mais: eles terão que trabalhar mais para conseguir manter o carro na pista. Isto será um complicador e forçará o piloto a ser mais piloto e mostrar seu verdadeiro talento.

Há também outras mudanças: a asa traseira está menor e poderão haver componentes móveis na asa dianteira, sem falar no KERS - equipamento para poupar energia do carro. Em suma: serão mudanças radicais, algo que não vinha sendo feito desde 1994, quando baniram a eletrônica da F1.

Isso costuma apontar também que outras equipes poderão atingir o topo, ao passo que outras descerão. Será que McLaren e Ferrari conseguirão manter o favoritismo dos anos anteriores? Será que a Renault poderá, enfim, dar um carro campeão para Fernando Alonso? As interrogações farão parte dos próximos meses até que comece o campeonato, em março.

O mais importante de tudo, é que a F1 seja capaz de trazer de volta as disputas de pistas, as ultrapassagens que construíram a reputação de categoria "top" da F1. Ultimamente, não tem passado de um esporte de ricaços, que gastam uma grana fenomenal para construir carros científicos para correr em pistas científicas e sem o mínimo de emoção, com estratégias científicas para as vitórias.

Que a competição, enfim, volte. Que as ultrapassagens voltem a ser a principal atração do circo. Cá para nós: ultimamente, está sendo um saco acompanhar a F1, com toda a ciência que a cerca. Conhecimento e profissionalismo nunca são demais. Mas no caso da F1, elas estão matando o esporte.