Circuitos que fazem falta


Traçado antigo de Zeltweg: "o estômago mais enrijecido tende a deixar a sua ligação, enquanto a pista serpenteia".

Em tempos de pistas limpas demais e seguras demais e por isso mesmo sem graça, voltam à memória circuitos que fazem falta. São tantos que não poderão caber todos em um mesmo espaço - pequeno - como este. Vou citar alguns:

Zeltweg

Esta é uma pista maravilhosa, que continuou excelente mesmo após a reforma que sofreu para voltar a sediar o GP da Áustria de Fórmula 1, mas que já saiu do calendário novamente. Em seu livro "Viver nos Limites", o dr. Sid Watkins, médico oficial da F1 a descreveu como "um circuito tão rápido que mesmo o estômago mais enrijecido tende a deixar a sua ligação, enquanto a pista serpenteia para cima e para baixo naquelas curvas longas, excitantes". ("Viver nos Limites", Professor Sid Watkins, Edipromo, 1995)

Além disso, a pista austríaca foi palco da chegada mais incrível da Fórmula 1. Em 1982, Elio de Angelis, venceu com pouco mais de meio carro de diferença para o segundo colocado. Vinte anos depois, em 2002, foi também o palco da chegada mais controversa: Rubens Barrichello teria sido forçado a deixar Michael Schumacher Vencer aquela corrida, por causa de uma suposta ordem de boxes da Ferrari. O episódio rendeu estrondosas vaias do público.

Estoril

A pista portuguesa não oferece lá muitos desafios aos pilotos, mas tem o seu charme. É uma pista rápida e segura. No período em que esteve na F1 ofereceu bons espetáculos e com máxima segurança. Não me lembre de qualquer acidente com maior gravidade, exceto um com o japonês Ukyo Katayama, que na largada do GP de 1995, capotou. "Katagrama" - este era o seu apelido - não sofreu nada, porém.

Montreal

Mal saiu do calendário da F1 e já deixa saudades. O panorama do antigo palco do Grande Prêmio do Canadá, era um dos mais lindos da categoria. Antes de cada prova, os membros das equipes faziam a tradicional "prova de remo", onde construíram barcos com material dos próprios carros e disputavam uma corrida na raia olímpica, às margens dos circuito, que tinha sido construída para os Jogos Olímpicos de 1976.

Paul Ricard

O que dizer da pista francesa, cujo retão chegava a quase 1km de extensão? Simplesmente magnífica. Foi palco das mais incríveis corridas da F1 nos anos 80. Em 1989, o brasileiro Maurício Gugelmin sofreu um acidente espetacular na largada, cuja lembrança deixada foi a marca da pista que ficou em seu capacete.

Jacarepaguá

Claro, como poderia esquecer a nossa pista de Jacarepaguá? É, talvez, a pista que mais sofreu depredação e que talvez tenha sido a mais sacaneada e esculachada entre outros termos, tudo graças às nossa autoridades que permitiram que se reduzisse o traçado incrível para o que sobrou atualmente.

Enfim, estes são algumas das pistas que fazem falta. Em breve, colocarei mais histórias e um pouco sobre outras pistas que fazem falta à F1.

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