Porque a política estraga

A politicagem estraga tudo. Estraga casamentos, estraga festas, estraga países e estraga o esporte também. Se bebida e direção são uma combinação perigosa, politicagem e esporte também significa uma mistura altamente violenta. Neste caso, a vítima será sempre a competição.

Essa briguinha entra a FIA e a associação das equipes não faz sentido algum. As equipes precisam da entidade e ela própria precisa dos times como Ferrari e McLaren. Ouvi isso hoje de um comentarista, na TV. Concordo plenamente com ele.

A idéia de criar um campeonato paralelo à F1 no próximo ano não trará mais público. E a própria F1 sem os principais times não é a categoria máxima do automobilismo mundial. O presidente dos ferraristas, Luca de Montezemolo, soltou recentemente uma declaração totalmente descabida ao dizer que o time do cavalinho pode disputar as 500 Milhas de Indianápolis. Não que os italianos ou europeus não tenham capacidade. Até têm, como Graham Hill e Jim Clark provaram nos anos 60*.

O problema é que a Fórmula Indy e as 500 Milhas são coisas totalmente diferentes da Fórmula 1, negócio em que a Ferrari investe desde 1950. Realisticamente falando, a Ferrari não teria muitas chances contra as experimentadas equipes norte-americanas que já disputam as 500 Milhas há anos.

Um exemplo de como a política pode estragar o esporte ocorreu lá mesmo, em território norte-americano. Em 2005, as equipes consideraram que era arriscado correr com os pneus problemáticos que a Michelin entregou às suas equipes e boicotaram a prova. Apenas seis carros, incluindo as Ferraris, disputaram. Isso porque tinham outro pneu, era o da Bridgestone. Tudo bem, neste caso, houve a questão da segurnaça dos pilotos. Mas porque os pneus não foram testados adequadamente antes?

Outro exemplo são as discussões descabidas sobre mudanças de regulamente, que acontecem a três por quatro na F1 ultimamente e que só consegue embaralhar a cabeça dos engenheiros. Isso vem ocorrendo desde 1994, e até hoje não acertaram regras firmes e estáveis. Outro exemplo deplorável foi o caso da espionagem entre Ferrari e McLaren, há dois anos. É melhor nem lembrar disso.

A F1 precisa um pouco deixar a política de lado. O esporte é mais importante que tudo isso que vem acontecendo. Mas como envolve muita, mas muita grana... vamos aguardar as próximas semanas. Que os cartolas e equipes tenham bom senso.

* Graham Hill e Jim Clark venceram duas edições das 500 Milhas, em 1965 e 66, ambos com Lotus. Nunca mais outra equipe da F1 disputou com sucesso a prova norte-americana.

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