Automobilismo e a vida


O esporte automobilístico tem uma estranha relação com a vida. Entra-se em uma prova sem saber se conseguirá chegar à bandeira quadriculada. Digo isto em todos os sentidos: se o carro sobreviverá até o final ou se o próprio piloto sobreviverá. Felizmente, chegamos a uma época em que a vida do piloto é colocada como prioridade zero em qualquer campeonato de carros pelo mundo. Mas, como pôde-se constatar na etapa de hoje de Interlagos da Stock Light, ainda não é o suficiente.

Mas é uma lição dura de se aprender. A Fórmula 1 aprendeu isto à duras penas. Nós, brasileiros, sentimos esta tragédia de perto quando Ayrton Senna perdeu sua vida durante o GP de San Marino de 1994. Mas nem sempre é o piloto. Em 1977, o GP da África do Sul foi testemunha de um dos piores acidentes da história da F-1: o atropelamento de um fiscal de pista pelo piloto Tom Pryce, da Shadow. O impacto foi tão terrível que os dois, piloto e fiscal, morreram na hora. A equipe ficou tão consternada que encerrou ali mesmo sua participação na categoria.

Em 2001, a Stock registrou outra baixa fatal: Laércio Justino, piloto então experiente. Justino faleceu em um acidente na etapa de Brasília (DF). Incrível constatar que a vida se constrói aos poucos, mas um instante, um único segundo basta para tirá-la.

Este blog presta sua solidariedade aos parentes e amigos de Rafael Sperafico. Que o acidente ao menos sirva de lição para promover a segurança dos pilotos em primeiro lugar.

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