Senna: o mito vive

É difícil falar sobre Ayrton Senna, 20 anos após sua morte. Deixei para fazer esta postagem alguns dias depois do aniversári de morte, porque esperava um momento certo, uma inspiração certa para falar sobre aquele que é um dos mais importantes esportistas de todos os tempos e uma das maiores personalidades brasileiras, ao lado de outras como Pelé. Representa um desafio sem tamanho falar sobre sua importância. Mesmo depois de duas décadas, sua imagem continua viva como nunca e seu legado é inquestionável para o esporte.

A Fórmula 1 nunca mais foi a mesma depois de Senna. A segurança tornou-se tema de primordial importância e o baque na audiência foi tão grande que levou muito tempo até que o esporte pudesse voltar a ser visto com o interesse que desperta atualmente. Os anos pós-morte não foram fáceis. Afinal, jamais a categoria havia perdido um piloto do quilate do brasileiro, tricampeão do mundo e um dos principais recordistas naquela ocasião.

Para o povo brasileiro tudo mudou. O Brasil via a F1 com a esperança de que Senna vencesse e que as dificuldades e decepções fossem mesmo que momentaneamente esquecidas. Depois veio uma espécie de decepção com alguns nomes do automobilismo que lá passaram e a realidade dura e cruel do momento atual do Brasil na F1, que quase chegou a não ter piloto para este ano, fato que não acontece desde 1970.

Para este jornalista que vos escreve, o esporte também jamais foi o mesmo. Quando decidi cursar jornalismo, cobrir a Fórmula 1 foi o meu objetivo. Quando criança, queria ser como Ayrton Senna, piloto e campeão. Como não pude ser piloto, decidi ser jornalista e falar sobre este esporte que tanto amo. Após Ímola-1994, fiquei dois meses sem conseguir ver corridas. Só pude voltar a ver no GP da Alemanha daquele ano, impulsionado pela curiosidade de ver a Ferrari voltar a ser pole-position (Gerhard Berger, então piloto ferrarista, levou a pole e venceu a corrida de ponta a ponta), embora Senna já não estivesse mais entre nós.

Ainda não estou cobrindo F1 do jeito que planejei, mas criei este blog que me torna possível cobrir o esporte a motor. Ao menos em termos, consegui atingir parte de meu objetivo. Mas ainda falta algo a alcançar e tenho fé de que conseguirei.

Há ainda um objetivo que jamais poderei alcançar. Quando decidi ser jornalista, tinha esperanças de que, quando me formasse e começasse a trabalhar na área, pudesse conhecer Senna de perto. A curva Tamburello infelizmente colocou ponto final neste sonho.

Mas o importante de tudo isto é que a memória de Senna é algo que vive. O acidente levou nosso camepão, mas criou o mito que jamais morrerá e que continuará a inspirar vidas e objetivos de todos jovens e crianças que decidirem seguir o caminho das pistas ou não.

Senna não foi somente um piloto de Fórmula 1. Foi algo a mais que, 20 anos depois, ainda é difícil de definir ao certo, tamanho o fascínio que sua figura causa em todos que o acompanharam e em todos aqueles que estão conhecendo-o somente agora.

O Brasil jamais voltará a ter outro Ayrton Senna. Mas o mito vive. E como. Não é hora de chorar sua morte, mas sim celebrar sua vida, seus títulos, sua trajetória e suas vitórias. Que Ayrton Senna viva para sempre!

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