Circuitos que amamos: Avus

Começamos esta série de reportagens sobre uma das pistas mais impressionantes que já existiram no mundo: o circuito alemão Automobil Verkehrs und Übungs-Straße, mais conhecido pela sua sigla, Avus. Originalmente, o circuito possuía 19,5 km de extensão. 

Avus era, possivelmente, o mais veloz e também o mais mortal circuito do mundo. A curva norte também era chamada de "Rampa da Morte", uma curva completada quase em um grampo e que tinha uma inclinação de 43º. O piloto que perdesse o controle do carro, sairia literalmente voando. Isso porque a parte externa da curva não possuía barreiras de proteção. Além disso, só existiam duas retas praticamente paralelas, o que dava mais velocidade à pista.


Mudanças e etapa na Fórmula 1

Com o passar do tempo, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, a pista passou por uma série de mudanças. Após a guerra, o traçado foi cortado pela quase à metade, quando foi construída uma nova curva sul. 

Assim, a pista deixou de ter os 19 km de extensão e foi reduzida para cerca de 8 km. O lado bom é que o circuito se credenciou para receber o então recém-criado mundial de Fórmula 1. Uma etapa extracampeonato foi realizada lá em 1954. E em 1959, o Grande Prêmio da Alemanha, teve lugar em Avus, vencida por Tony Brooks, com Ferrari. 

A nota trágica foi a morte do francês Jean Behra. O Posche voou pela Rampa da Morte e o piloto foi vitimado pela periculosidade da curva. A partir daí, uma nova leva de mudanças viria, com o desmonte da Rampa e a reconstrução desta, sendo aplainada para uma maior segurança. 

Anos 60 e fim

Após a etapa de 1959, Avus nunca mais recebeu uma corrida de F1 novamente. Depois disso, a pista passou a ser cada vez menos utilizada e passou a receber, ao longo dos anos 80 e 90, principalmente etapas do DTM - campeonato de carros turismo alemão.

A pista passou ainda por mais uma mudança: foi reduzida mais uma vez pela metade e uma chincane foi construída na entrada da curva norte, desfigurando completamente o circuito. 

As mudanças finais foram praticamente golpes fatais no antigo circuito. Finalmente, em 1998, a pista recebeu a última corrida de sua história. Após isto, foi desativada de vez.

Hoje, o que restou do antigo circuito de Avus foi integrado à rede de estradas alemãs que passam pela região do velho autódromo. Quem anda de carro por lá pode pegar a estrada atual - uma das retas do velho Avus - e ainda contornar as curvas norte e sul. A antiga torre de controle das corridas, no entanto, foi preservada: hoje é parte de um hotel. 

Avus entrou para o imaginário do público para sempre. Embora não exista mais como pista de corridas, o traçado permanece por lá. Ainda que milhares de carros trafeguem por lá sem que os motoristas tenham ideia que carros velozes outrora já tenham passado por lá. 


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